Um combate democrático
A maioria dos jornalistas portugueses
enfrenta hoje problemas muito complexos.
Esses desafios são conhecidos: da insegurança
laboral ao clima de intimidação, passando pelos mecanismos de controlo da
produção de informação, pela imposição de agendas e
critérios que mercantilizam a informação, pelas limitações ao pluralismo
político e ideológico. Tudo isso empobrece o jornalismo e condiciona a
liberdade de informação.
O jornalista Fernando
Correia, que estudou esta problemática, considera que agrava-se cada vez mais a
contradição, inerente ao capitalismo, «entre o crescente poder social dos media e a sua apropriação privada para
fins lucrativos, especulativos, de conquista de poder ou de influência no
poder».
Tais constrangimentos e pressões sobre os
jornalistas são ainda maiores nos media regionais
e locais do interior do País. Aqui, avança a desertificação, as empresas são
frágeis, o mercado publicitário é pequeno, jornais e rádios sobrevivem com
enormes sacrifícios, aprofundam-se dependências.
A eleição para os diferentes órgãos do
Sindicato dos Jornalistas é o momento indicado para renovar o debate sobre
estas e outras questões e preparar a continuação da luta para além da
votação.
O lema da candidatura da Lista A ao Conselho
Deontológico e ao Conselho Geral, «Unidade e Participação», é um óptima
bandeira. Com o apoio de um SJ plural e interventivo, cabe a toda a classe,
unida em torno do essencial, participar desse combate democrático em defesa dos
jornalistas e do jornalismo.
(Carlos Lopes Pereira é jornalista no “Diário do Alentejo”)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.